Polícia Federal comanda operação contra corrupção em prisões de MG
Vinte e nove mandados de prisão
preventiva são cumpridos na manhã desta quinta-feira em 15 cidades mineiras,
entre elas Belo Horizonte e Contagem
Por LARA ALVES E RAQUEL PENAFORTE | SIGA-NOS NO TWITTER @OTEMPO
08/10/20 - 07h23
A Polícia Federal (PF)
comanda na manhã desta quinta-feira (8) uma operação contra corrupção no
sistema prisional de Minas Gerais. O alvo é uma organização criminosa comandada
por funcionários públicos e advogados responsáveis pela negociação de vagas em
determinados pavilhões e unidades prisionais do sistema e também pela entrada
de objetos ilícitos nas cadeias. Vinte e nove mandados de prisão preventiva são
cumpridos em 15 municípios mineiros, entre eles está Belo Horizonte, Contagem e
Ribeirão das Neves.
Outros 45 mandados de
busca e apreensão também são cumpridos contra os suspeitos investigados. A
operação nomeada “Alegria” trata-se de uma referência à forma irônica com que
os membros da quadrilha referiam-se ao Complexo Penitenciário de Segurança
Máxima Nelson Hungria na região metropolitana de Belo Horizonte – a unidade era
chamada de “Nelson Alegria”.
Em um dos endereços alvos,
no bairro Diamante, região do Barreiro, a ação da polícia despertou a
curiosidade da população.
"Prenderam o
homem", "Ele é um dos grandes", diziam os vizinhos. Segundo
testemunhas, o endereço é residência de um ex diretor da penitenciária Nelson
Hungria.
Um viatura da Polícia
Civil, e outra da Polícia Federal, além de agentes, estão no local.
A ação conta com o apoio
da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), como também da polícia penal e do
Departamento Penitenciário Federal. Detalhes da investigação revelaram que,
mediante pagamento, presos extremamente perigosos eram transferidos
indevidamente de unidades prisionais e colocados em alas e pavilhões onde a
aplicação da pena é mais branda e permite, por exemplo, acesso do condenado a
benefícios como o trabalho. De acordo com a Polícia Federal, a quadrilha agia
principalmente em dois estabelecimentos prisionais na região metropolitana de
Belo Horizonte – estas unidades ainda não foram especificadas.
Mandados são cumpridos,
além de em BH, Contagem e Ribeirão das Neves, em Betim, Fervedouro, Francisco
Sá, Lagoa Santa, Matozinhos, Muriaé, Ouro Preto, Passos, Patrocínio, Uberaba,
Uberlândia e Vespasiano. Os membros da organização são investigados pelos
crimes de: participação em organização criminosa, corrupção ativa, corrupção
passiva e concussão. Condenados, podem pegar até 20 anos de reclusão.
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